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06 setembro 2009

Você era especial. E partiu meu coração.

Levantei-me do sofá e fui pegar uma xícara de chá. Depois me dirigi até a janela e fiquei olhando a rua. Chuvia lá fora, as gotas batiam na janela, e escorriam com rapidez, e enquando isso eu lembrava do que havia acontecido semanas antes. A sensação que tomara conta do meu corpo naquele momento foi como se uma parte de mim tivesse sumido. Logo minha melhor amiga?! Como ela podia ter me dedurado assim, tão fácil?! Ter entregue todos os meus planos, de bandeija para eles?! Eu até a entenderia, se o que eu estivesse prestes a fazer fosse uma loucura e ela quisesse apenas me salvar. Mas não foi o caso, eu não corria perigo, eu apenas queria ser feliz, e ela fez aquilo, sem razão, sem motivo algum. Por mais que ela me fizesse falta, e eu a considerasse como uma irmã, ela havia ferido a minha confiança, o meu coração, e eu não tinha condições de voltar a ser amiga dela. Então, enquanto eu estava perdida em pensamentos, a campainha tocou. Larguei minha xícara na mesa, e fui abrir. E quando eu o fiz, fui pega de surpresa. - Posso entrar? - perguntou-me ela. Por um longe minuto pensei em dizer não, mas depois cedi; não iria me custar nada. Deixa-a entrar, e falei para se sentar, ficamos de frente uma para a outra. Dava para ser o clima pesado quando a conversa iniciou, mas depois por alguns momentos, foi como se nada de mau jamais tivesse acontecido. Fomos atiradas de volta no tempo e no espaço, à época em que éramos a melhor amiga uma da outra, e uma sabia exatamente o que a outra estava pensando. Durante um tempo ficamos ali, nostálgicas, mas chegou a hora dela partir, e então demos um apertado abraço e ela se foi. Mas agora as coisas estavam bem. O que não quer dizer que eu não tenha ficado arrasada. Chorei durante dois dias inteiros. Não queria saber de quem quer que fosse, porque ninguém era ela. Não queria continuar viva, se não podia ter a vida que tivera com ela. Achei que nunca superaria a dor, tanto a da falta como a da traição. Mas superei. Em questão de dias. Me enchi de orgulho por ter passado por uma experiência tão dolorosa. Em seguida, senti um estranho alívio por não estar mais presa a ela. Era bom saber que eu podia sobreviver sem ela, que não precisava da sua aprovação, do seu aval. Senti-me forte, capaz de ficar de pé sozinha, sem talas ou muletas.